De Mente
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Vem como a chuva
Gotas contínuas
Serena e tranqüila
Encharcando a terra
Minando as raízes
Correndo p’ro mar
Vem tão constante
A todo instante
Invade poros, veias e mente
As vezes inclemente
As vezes, meio dormente
Muitas vezes tão somente
P’ra lembrar que ali está
Vem, percorre o corpo
Tal qual chuva faz seus sulcos
Suavemente
Derruba alicerces
Cava buracos
Alaga a alma
E se perpetua
Está tão presente
Como o cheiro da pele
A roupa que veste
A comida que alimenta
O vinho que embriaga
O ar que respira
Está tão presente
Nos olhos da gente
No cerne da mente
E vaga livremente
No azul sem fim
- A saudade demente.
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