Desconectado
De costas
Andando
Na rua de uma só mão
Comprado ou vendido?
Vende-se – diz a placa
Não importa o ano
A cor, mas a motivação
O preço
As notas que vão p’ra mão
Não importa a razão
Importa o quinhão
Não importa o portão
Mas importa o porão
Importa o colchão
Não questione da lua, o clarão
Questione, no prato, o feijão
Esqueça a paixão
Vença o maior alforje
Vença quem paga mais
Vença quem põe a comida na boca
Mesmo que o garfo esteja torto
O prato encardido
E o ranço nas bordas
Importa que o prato esteja cheio
Então os olhos brilharão
E farão a escolha
Vendido ou comprado?
O que importa? Importa
Que se recoste
Que se farte
Que o brilho da chapa seja novo
Mesmo que a mão que alimenta
Não tenha viço
Não tenha requinte
Mas tenha metal
Tenha o vil metal
P’ra comprar
Então que seja
Comprado ou vendido?
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