27/04/2018

Histórias inacabadas

Todos os dias Pedro entrava no bar, pedia uma água com gás, sentava-se a um canto e ficava olhando a moça do caixa. Gostava do jeito cheio de seu sorriso, daquela maneira de olhar de lado, mas não ousava sonhar.
As vezes, até acreditava que ela o olhava de maneira diferente, porém deixava sempre para o dia seguinte sua tentativa de falar com a moça.
Um dia, depois de muito treinar, entrou no bar e foi direto ao caixa para falar com ela. Em seu lugar havia outra pessoa. Perguntou por ela e foi informado que não mais trabalhava por ali.
Saiu. Infeliz e desorientado se perguntando por que demorara tanto pra tomar uma atitude. Passou o resto da vida assim, vivendo todo dia aquela história inacabada.

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Conseguira aquele trabalho temporário como caixa no Bar. Não gostava de lá. Já estava para pedir demissão quando ele começou a freqüentar o bar. Todos os dias se sentava à mesa ao fundo, tomando uma água com gás, absorto em seus pensamentos. Gostou de imediato do rapaz, e ficava todos os dias esperando aqueles momentos em que ele passava e pagava a água. Sorria de uma maneira tímida e gentil, e ela se perguntava se ele teria alguma namorada. Pensava em abordá-lo, mas ele se mostrava tão distante que nunca conseguiu falar nada. Um dia, cansada do bar, recebeu uma proposta para outro trabalho. Pensou em falar para o rapaz, mas ele não lhe demonstrou atenção. Deixou para lá. E por toda sua vida, de vez em quando, seu pensamento voltava para aquele rapaz sozinho no bar. Nunca se casou.

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Conheceu a garota na escola. Conversavam e sabia que havia algo entre eles. Mas ela era popular, e havia sempre alguém a acompanhá-la. Mesmo assim, um dia a convidou para sair. Surpreso, ela aceitou. O encontro foi agradável. Combinaram um novo encontro. Foi mais seguro desta vez. Foram dançar. Percebera que estava apaixonado. Quis marcar para sairem novamente no dia seguinte, mas ela tinha um compromisso. Saiu sozinho. Ao voltar, passou em frente a casa da garota e a viu descendo de um carro. Prestou atenção ao motorista e não gostou do que viu - um cara mais velho, bem apessoado. Ficou com ciúmes e nunca mais procurou a garota. Já na velhice, encontrou a em uma exposição. Conversaram rapidamente, meio sem graça um com o outro. Ela estava acompanhada, pelo mesmo motorista do carro. Foi apresentado. Era seu irmão mais velho. Ela nunca se casara. Nem ele. Percebeu seu erro muito tarde.

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